A chave do meu coração
Um coração trancado, machucado pela dor. Este mesmo coração viajou por jardins desconhecidos, reconhecidos pelo encanto dos sentimentos mais nobres, onde o perfume do ato se fazia presente. O amor resplandecia em sintonia a brisa que acariciava meu corpo, o sentimento de querer se apropriava do meu ser expondo o prazer dos sentidos...
Um coração que era puro, incapaz de magoar, se revelou triste, solitário com a chegada do vento que levou para longe um amor revelado. Neste jardim já não há poesia, seus versos se espalharam e a harmonia se desfez.
E lá ficou, caminhou pelo deserto da solidão, humilhado e resignado perante os percalços da vida e do amor. Avistou em seu caminho algumas flores, mas ao se aproximar, não se sentia inteiro o suficiente para exalar seus perfumes. Um coração sentido.
Desabitado, sem emoção este coração entrou em uma redoma. Trancou-a e ocultou sua chave no mais alto dos sonhos.
Abandonado ele se sente, perdeu e encarcerou suas esperanças de encontrar no mais tenro jardim, a flor que o faria se sentir vivo outra vez, que o completaria. Quisera ele encontrar a chave. Quisera ele o fazer sentir novamente.
Uma chave perdida, asilada... A chave de meu coração.
Débora Francischini
Crédito das imagens: Google
"Quando se ama, ama eternamente... Mesmo que amores diferentes" (Débora Francischini)